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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Coragem (para Samantha)

Pra falar de você, primeiro tive que me perguntar como eu te vejo.
E posso te dizer que não foi fácil.
Não porque você seja do tipo que passa despercebida. Muito pelo contrário.
Como boa leonina, gosta de ser vista, admirada, de ter os olhos sobre si, de brilhar. E brilha, viu!
Falo de te enxergar por dentro. Isso sim, é tarefa difícil.

Descobri que pra mim você é um mistério.
Menina faceira?
Mulher brejeira?
Adolescente chata? (Redundância, né?)
Aluna brilhante?
Bonita? Inteligente? Difícil? Geniosa? Língua afiada? Dura na queda? Obstinada? Forte?

Descobri que você não se encaixa em nenhuma definição...
Porque você é muito maior que tudo isso.
Você é você, a nossa Samantha, um universo único e infinito de possibilidades.
A nossa bruxinha boa, a nossa feiticeira do bem, que com a sua magia pode fazer tudo acontecer, que pode fazer qualquer coisa, escolher o caminho que quiser, pois sempre chegará lá.
Você é aquela que faz acontecer.

Então, debruçando-me sobre você detidamente com a minha lupa, buscando te enxergar profundamente, o que ficou mais claro pra mim foi que por trás da capa dura existe alguém muito sensível.
Alguém que amamos e que nos fez falta.
Alguém que vai longe.

Um pássaro que se mostrou pronto para voar, para alçar voos cada vez mais altos. Para sempre voltar, trazendo-nos consigo suas novas riquezas.
Tenho que confessar que, de todas as suas qualidades, boas ou más, a que eu mais admiro, mais até que a determinação, é a coragem.

Te admiro imensamente, sinto muito orgulho de você (e confesso que até uma pontinha de inveja) pela sua coragem.
Coragem de se aventurar, de pagar pra ver, de se arriscar a voar sem medo de cair.
Ou melhor, coragem de enfrentar o medo de cair.
Coragem que a titia velha aqui, mulher madura, não passa nem perto.

Então, se eu tivesse que te definir em apenas uma palavra, seria essa: CORAGEM.

Seja bem vinda, Sammy!
Bem vinda de volta pra nós!
Bem vinda de volta à segurança do ninho, que sempre há de te acompanhar, em todos os voos, todas as vezes, até você voltar.
Bem vinda a todos os cantos do mundo que ainda há de enriquecer com a sua presença.
Benditas sejam as suas asas! Que sempre possam te levar e te trazer de volta!

Daqui prá frente, nada nem ninguém te segura.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Nada Sei (apneia) - Kid Abelha





Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber...
Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...
Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar...
Nesse mar, os segundos
Insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só prá me afogar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo me deixar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando
Enquanto o tempo
Me deixar passar
Errando
Enquanto o tempo me deixar...

A Fé e o medo

Sei que o medo,

ao menos em tese,

seria uma negação da Fé.


Fé e medo são teoricamente

incompatíveis.


Nada tem a temer

quem sabe que o Pai está no leme.

Há que confiar!


Mas eu

sou uma contradição,

um ser em construção.

E não posso evitar de sentir medo.


É mais forte que eu.


Bicho papão

Tenho medo do mundo.

Tenho medo da vida.

Tenho medo de tudo.


Não quero sair

da minha caverna.


Preciso de um colo

que ninguém tem pra me dar.




Verdades

Porque eu mesma
não faço sentido
e a minha verdade
não é igual
à de mais ninguém...